O chororô premiado de Monique Evans

Em julho de 2008, Barbara Evans, então com 17 anos, falava em entrevista sobre a mãe: “Ela é muito depressiva, sofre muito. Mas tudo o que ela precisa é de carinho”. No ano seguinte, a própria Monique Evans contava: “Sou incapaz de escovar os dentes, passo três dias sem tomar banho". E acrescentou: “Não sei se vou viver muito... Me deram quatro anos de vida.”

Em inúmeras entrevistas, nestes quatro anos, Monique falou do assunto. Já contou que sofre de depressão desde os 17 anos, tendo inclusive tentado suicídio. Também padece de síndrome do pânico. A falta de dinheiro agrava o seu problema, ela disse uma vez. Também já tomou remédios e testou várias terapias.

Sobre o seu joelho, Monique fala menos. Na terceira edição da “Fazenda”, eliminada na primeira rodada, não teve muita oportunidade de reclamar. Desta vez, depois de superar cinco “roças” e chegar à reta final como uma das favoritas, transformou o seu joelho em objeto de preocupação e piada de todos os participantes e do público.

Monique sofre de depressão e tem problemas nos ligamentos de um dos joelhos. Todo mundo estranha que ela dança animadamente nas festas, mas não consegue disputar as provas e fazer trabalho pesado. “Vocês têm o exame aqui”, ela disse, na noite de terça, para Britto Jr., no esforço de eliminar os rumores de que inventou o problema.

Difícil dizer quantas vezes ela chorou ao longo dos 80 dias de confinamento. Uma consulta ao Google com o termo “Monique Evans chora” apresenta 80 mil resultados. Uma vez por dia, pelo menos, ela chora. Já chorou conversando com os animais, por se lembrar do pai, dos filhos, por falar da vida, comendo, conversando, dançando...

Monique é uma personagem rara e fascinante na “Fazenda”. No Twitter, é chamada de “rainha do mimimi”. Expondo suas dores, sua cara de tristeza, seu cabelo desalinhado, parece implorar a atenção e o cuidado de todos. É uma mensagem forte, que o público está captando. Mas com uma pulga atrás da orelha. “Às vezes, acho que ela finge”, disse Joana nesta terça-feira. Será?

De Mauricio Stycer
Crítico do UOL